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Ágora Tech Park

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11 de março de 2022

Link Lab conecta grandes negócios a startups para a resolução de problemas

Projeto utiliza a inovação aberta para incentivar a procura por soluções inovadoras

 

Criado em 2017, o Link Lab nasceu com o propósito de fomentar a cultura de inovação em grandes corporações já consolidadas no mercado. Olhar para o gargalo dessas empresas e colocá-las em contato com quem pode ajudá-las é a metodologia que fez com que o projeto se tornasse um dos cases de sucessos da ACATE (Associação Catarinense de Tecnologia).

Gustavo Susin está há cerca de quatro anos no Link Lab. Ele é o responsável por coordenar as operações do projeto de todas as unidades de Santa Catarina, que estão localizadas em FlorianópolisSão José e Joinville. Também há uma unidade virtual do projeto, uma aposta da ACATE para expandir ainda mais o Link Lab e começar a atender corporates de todo o país.

Para Gustavo, o amadurecimento do projeto e da metodologia junto com as corporates foi o que fez com que hoje o Link Lab crescesse e se consolidasse. Mais do que uma ponte entre grandes empresas e startups, a proposta aqui é fortalecer um espaço de trocas e compartilhamento de experiências. É a inovação aberta aplicada para desenvolver o mercado e impulsionar novas ideias.

— Inovação é uma palavra que existe há muito tempo em todas as empresas. Mas antes de existir a inovação aberta, se inovava concentrando esforços só nos recursos internos. Agora, o que se propõe é que essas corporates comecem a olhar para o que já tem no mercado. Olhar para startups, universidades, parceiros que possam trazer essa inovação com um custo menor e otimizando os recursos internos da empresa. Isso faz com elas ganhem muito mais velocidade de crescimento — explica Gustavo.

Quando iniciou, o Link Lab contava com dez corporates que procuravam resolver seus problemas operacionais ou buscar novas oportunidades de negócio. Hoje, o projeto já atende mais de 30 grandes empresas, que se conectam com startups de todo país.

— Nós queremos tanto que a corporate resolva seu problema e tenha resultados, como também que as startups encontrem novos clientes e oportunidades. Hoje já temos cerca de 80 projetos desenvolvidos. São matchs que deram certo, oportunidades de negócio impulsionadas e, principalmente, o ciclo de inovação que se mantém ativo e alimentado por essa relação entre as corporates e as startups — conta Susin.

O processo de conexão entre a corporate e a startup é todo feito através do Link Lab. Primeiro, uma equipe faz o diagnóstico da empresa para entender os objetivos, as dores e qual problema ou oportunidade de negócio ela tem como foco. Depois, é lançado o desafio para que startups de todo país possam oferecer suas soluções.

— Nossa equipe participa de todo processo. Desde o lançamento do desafio até o momento em que uma corporate conhece todas as startups e decide com qual deseja fazer o projeto. Depois, fazemos um onboarding entre elas e passamos a acompanhar o desenvolvimento do projeto — explica o coordenador do Link Lab.

Antes mesmo de detectar a dificuldade da empresa, o grupo de trabalho aplica uma metodologia robusta e ágil que avalia os fluxos e processos das corporates e valida seus problemas.

Em Joinville, a maior cidade de Santa Catarina, seis grandes corporates interagem no Ágora Tech Park e já se beneficiam do sistema: WEGSchulzArcelorMittalClamed, Porto de Itapoá e Whirlpool. Associadas às startups, elas resolvem pelo menos 16 desafios atualmente.

Case Link Lab Ágora: Clamed

 

Empresa centenária, a Clamed encontrou no Link Lab uma oportunidade para entrar no ecossistema de inovação e trazer essa cultura para dentro da organização. A gigante do segmento farmacêutico possui hoje mais de 500 filiais e cerca de 6 mil funcionários, que atendem milhares de clientes diariamente.

Farmácia conceito da Clamed no Ágora Health

Segundo Diego Zagonel, Gerente de Inovação Corporativa da Clamed, o objetivo inicial era estruturar a gestão de inovação aberta na empresa, buscando no mercado parceiros que pudessem apoiar a corporação nesta nova jornada.

— Em 2019 a empresa entendeu que precisava criar uma área de inovação, para que isso pudesse ser fomentado de uma forma mais sistêmica ali dentro. Então no início era uma questão mais institucional, da gente conseguir participar mais desse ecossistema. Participar de eventos, interagir com as startups, e principalmente interagir com as outras corporates que também estavam no Link Lab — explica Diego.

Com o tempo, a demanda inicial da Clamed evoluiu. A empresa começou a olhar para dentro de casa e a pontuar seus principais gargalos. O primeiro desafio lançado foi resolver a parte de logística de milha, que é a entrega final dos produtos para o consumidor.

Diego conta que, apesar de não ter conseguido solucionar 100% o problema, a startup com quem esse projeto foi iniciado acabou sendo absorvida para desenvolver outras demandas dentro da Clamed.

— A gente se conectou com uma startup e testamos eles na logística de última milha. Não resolveu o problema, mas através dessa interação acabamos trazendo eles para a parte de leilão reverso de logística, dentro dos nossos hubs de e-commerce. Então, no final acabou funcionando para a gente e conseguimos encontrar um parceiro através do Link Lab — conta Zagonel.

O processo de inovação aberta não é uma equação exata. Mas as oportunidades que se abrem e as trocas feitas acabam transformando tanto as corporates quanto as startups. Mesmo que um desafio não seja solucionado, há inúmeras possibilidades e pontos de contato que podem ser feitos dentro desse ambiente de inovação.

— Hoje a gente tem pelo menos 12 projetos abertos com o Link Lab, de problemas internos das nossas áreas e que estamos prospectando startups do mercado. Acho que essa troca, esse confronto de mindset entre empresas já consolidadas e aquelas que estão tentando estruturar novos negócios é importante e é uma relação saudável, que traz benefícios para os dois lados — conclui Diego.

Case LinkLab Ágora: ArcelorMittal

 

A gigante de aços ArcelorMittal também foi uma corporate que viu no LinkLab uma oportunidade de acelerar ainda mais seu processo de inovação. Líder mundial na produção de aço e uma das maiores empresas em mineração, a ArcelorMittal Brasil tem uma atuação a nível nacional.

Em 2012, a empresa começou a perceber a importância da tecnologia para o seu negócio e como isso poderia impactar positivamente no futuro. Com estratégias bem alinhadas, a ArcelorMittal iniciou o seu processo de transformação digital a partir da união entre Tecnologia e Informação e Tecnologia da Automação.

Para Lincoln Rezende, responsável pelo relacionamento da corporate com o ecossistema de inovação, foi a partir dessas estratégias que se identificou a necessidade de avançar em iniciativas e ações de inovação aberta.

— Em 2015 criamos uma célula de inovação digital com esse conceito de equipes integradas. Nesse período também tivemos a formação do AçoLab, o primeiro lab de inovação aberta de siderurgia do mundo — comenta Lincoln.

Com o avanço cada vez mais rápido das tecnologias e o amadurecimento no conceito de inovação aberta, a ArcelorMittal começa, então, a buscar hubs com os quais pudesse se conectar.

Dentro da estratégia de crescimento da empresa, percebeu-se a importância de não só inovar como também fazer parte de um ecossistema que impulsiona esse movimento de transformação digital. Foi dessa forma que a ArcelorMittal se transformou em uma corporate associada do LinkLab, no Ágora Tech Park.

— Foi um processo de evolução de maturidade. No início a gente teve muita dificuldade de criar e lançar desafios. Eles ajudaram bastante a gente com o challenge, que é a metodologia do LinkLab com as corporates. Então, a gente teve que aprender a criar novos desafios, levar esses desafios para o ecossistema e fazer com que eles fossem bem entendidos — explica Rezende.

Hoje, a ArcelorMittal tem cerca de três desafios com o Link Lab. Dois projetos que estão em andamento e outro desenvolvido por uma das startups conectadas com a corporate pelo programa.

Mas, para Lincoln, a presença da empresa dentro desse ecossistema vai além dos desafios lançados. As trocas de experiências e as conexões com as outras corporates faz com que a empresa desenvolva ainda mais o seu processo de inovação.

— Tem um ponto que eu destaco muito do Link Lab, e que até cobro um pouco dos outros hubs que a gente participa, e é uma coisa que eu admiro muito da metodologia deles, que é promover a colaboração e a troca entre as corporates. Isso faz com que a gente leve muitos bons exemplos e boas práticas para dentro das nossas organizações — finaliza o head de inovação da empresa.

Inovar, transformar, expandir. Esse é o ciclo que o Link Lab propõe e que tem trazido inúmeros resultados. Conectar empresas consolidadas com aquelas que estão começando é uma maneira de fazer com que esse ecossistema se mantenha vivo e ativo.

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